
Sebrae-SP lança Projeto Teia na Vila de Pedrinhas em llha Comprida
Dona Neusa Oliveira de Lima tem no brilho dos olhos o desenho de um futuro promissor para a Vila de Pedrinhas na lIha Comprida. Aos 70 anos, a primeira agente de saúde do bairro sonha com oportunidades para que os netos possam permanecer na vila assim como ela. Mesmo aposentada, dona Neusa fez questão de acompanhar o lançamento do Projeto Teia na noite da última quarta-feira (23). Realizada pelo Sebrae-SP em parceria com a Prefeitura de llha Comprida, iniciativa isa promover o desenvolvimento sustentável da comunidade a partir do fortalecimento da identidade cultural e das vocações locais. "Eu achei esse projeto maravilhoso. Acredito que vai trazer desenvolvimento para os moradores. A gente pensa muito no futuro da nova geração, para que os jovens tenham emprego e não precisem ir embora. Aqui a gente tem muita natureza, tranquilidade e a união das famílias, é muito bom viver em Pedrinhas', comenta dona Neusa, que nasceu e sempre morou no bairro. Pelo Projeto Teia, a pequena vila caiçara com cerca de 280 habitantes vai receber uma série de atividades até novembro, com foco no turismo, na economia criativa e no agronegócio, Durante o lançamento do projeto, a prefeita Maristela Cardona destacou o potencial do município. "A gente tem recebido muitas pessoas de fora falando de investimentos e nós precisamos usar essa área de proteção ambiental a nosso favor. É isso que a gente quer para a llha Comprida, valorizar a nossa cultura e o nosso meio ambiente, e eu tenho certeza de que é isso que Sebrae vai trazer para Pedrinhas", disse a prefeita. Para a gerente regional do Sebrae-SP, Michelle dos Santos, a atuação na Vila de Pedrinhas pode servir de modelo de desenvolvimento sustentável, especialmente com o turismo de base comunitária "Um dos grandes eixos do Sebrae é fomentar o empreendedorismo. Portanto, também estamos à disposição para acolher as ideias e apoiar quem deseja usar seu talento para gerar renda e contribuir com o desenvolvimento da comunidade, afinal ideias trazem inovação", afirma Michelle.
Filha de dona Neusa, a professora Roseli Oliveira de Lima diz que quer participar do projeto. "A gente sai com a cabeça cheia de ideias.
Para mim que sou nova como empreendedora, esse apoio do Sebrae é muito importante", revela Roseli, proprietária de uma lancheria em Pedrinhas. "Acho que precisamos preservar a nossa cultura e a nossa natureza. Não queremos um turismo predatório, mas atrair pessoas que queiram curtir essa vivência local", completa.
Protagonismo
O consultor de negócios do Sebrae-SP, Ricardo de Oliveira, explica que a Vila de Pedrinhas foi escolhida para o Projeto Teia justamente por ser uma área delimitada onde será possível trabalhar com profundidade e mensurar os resultados e o impacto das ações no desenvolvimento da comunidade.
"Mas quem vai definir tudo é a população, os moradores serão os protagonistas nesse processo. Vamos identificar quais são as necessidades, o que os moradores querem para Pedrinhas, que tipo de turista a população quer receber", afirma Ricardo
A ideia é trabalhar a qualificação da comunidade para fortalecer as vocações locais, como o artesanato, a pesca, a gastronomia, a cultura e o turismo.
"Vamos unir as tradições locais e a inovação em um modelo de desenvolvimento local que respeita a essência de comunidade e preserva o que há de mais precioso, a identidade de seu território", reforça analista de negócios do Sebrae-SP, Carlos o Alberto Pereira Junior.
Parcerias
Além da parceria com a Prefeitura de lha Comprida, o Projeto Teia conta com ○ apoio do Senar, Senai, Senac, Sesc, Centro Paula Souza, Fatec e Unesp - instituições de ensino que vão contribuir com as atividades de formação e qualificação dos moradores.
Entre as diversas ações previstas, estão um Workshop para criação de agências de receptivo e pacotes turísticos, incluindo roteiros culturais e ecológicos; estruturação de um plano de comunicação para atrair turistas; Oficina sobre valorização do artesanato tradicional caiçara, com foco em técnicas ancestrais; Capacitação em precificação, embalagens e criação de uma marca coletiva; além de um Diagnóstico sobre pesca e produtos artesanais, incluindo boas práticas de produção sustentável e Treinamento sobre formalização e acesso a mercados.
Fonte: O Vale do Ribeira